JUSTA MENTE

Justa mente é uma afirmativa.
Justa mente é uma tentativa de firmar o conceito de Justiça.
Justa mente é informação , é troca de idéias , quase uma catarse.
Justa mente é minha mente transformada em palavras , por vezes simples, por vezes complicada...mas minhas palavras não podem perder a essencia do que sou :esta contradição.
Seja bem vindo ao JUSTA MENTE.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Varandas

Na correria do dia a dia transitamos por ruas , avenidas , pessoas... mas sem tomarmos consciência de sua existência .
Desde 147 a.C. nosso tempo é contado do mesmo modo : 24 horas formam um dia. Entretanto em nosso Século os dias seguem em revoada , sem que percebamos as horas se passando...
Sempre reclamamos da falta de tempo. Mas desde outros séculos que as horas são as mesmas , o que houve , então? O que mudou?
Hoje resolvi caminhar para o trabalho ...dei-me um tempo para d-e-s-a-c-e-l-e-r-a-r...
Passei pelo caminho de todo dia , mas passei com passos lentos ...
E quantas descobertas no caminho de todo dia ...pude perceber a calçada nova da fábrica (que infelizmente estava ocupada por veículos que impediam a passagem) , percebi o verde das copas das árvores que pareciam mais vivos após os dias chuvosos , notei que algumas casas tinham lindas fachadas e belíssimas varandas ...daquelas de capa de revista de decoração . Daquelas varandas que dão vontade de sentar e bater um papo, relaxar ...
Mas conforme as varandas se sucediam , pude perceber o vazio que elas abrigavam ...as plantas minuciosamente arranjadas de forma harmônicas , cadeiras com almofadas perfeitamente ajeitadas , enfeites sobre o parapeito das janelas ...mas junto a beleza fotográfica a tristeza de um lugar não habitado.

Habitar , do latim habitare, sendo VIVER , MORAR , ESTAR PRESENTE EM...

Lindíssimas residências , deleites arquitetônicos para o olhar e parecendo desabitadas...desprovidas de vida, carentes de presença...

As varandas me fizeram refletir sobre as horas ...

As horas gastas com trabalho para a manutenção econômica da vida , as horas investidas em cursos de aprimoramento profissional , nas horas dedicadas à busca das informações ( que estão sempre desatualizadas ) , as horas investidas para decorar, equipar e aconchegar nossas casas...tantas horas , vinte e quatro horas por dia , mas tanta falta de tempo ... tempo para saborear os aromas e sabores do alimento que ingerimos; tempo para aprimorar nossos relacionamentos com familiares , amigos e conosco mesmo; tempo para ouvirmos aquela música , lermos aquele livro , jogarmos aquele jogo ... mas o tempo falta , falta tempo para o sofá , para o balançar na rede , agasalhar-se num abraço infantil , para sentar na varanda e bater um papo , tomar um café e simplesmente observar ...Observar a rua , os carros , as pessoas, o entardecer , o anoitecer ...

E a vida segue ....desperdiçando horas , maldizendo o tempo e deixando lindas varandas vazias.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

ESTRELAS

Olhei para o céu
Em busca das estrelas ...
Mas a escuridão de uma noite sem lua
Invadiu meu coração ,
Fazendo correr lágrimas
Amargas feito féu.


Desespero e agonia
Preenchem meu olhar ,
Já não quero mais ver ,
Nem se quer sonhar.

Não ouso procurar mais as estrelas
Nesta noite fria
 sem luar .

Quero que minhas vistas
Se acostumem a escuridão .
Quero calar a voz
Que vem de meu coração .

Tento cerrar meus olhos ,
Encarcerar esperanças.
Mas ao fechar as vistas para o mundo,
Surpreendo-me com o que mora dentro de mim.

Sinto que lágrimas correm frouxas ,
Livres ,
Amorosas,
Carregadas de profunda gratidão .

Ao olhar para minha alma ,
Percebo que as estrelas não se apagaram,
Que a noite não se fez escura .

Ao olhar para minh´alma
Encontro um Universo de Estrelas
Despositadas pelas Mãos da Criação.


(Patrícia Nunes de Paula – 19/08/2014)

domingo, 19 de maio de 2013


DOCÊNCIA REFLEXIVA PARA UMA EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA – o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação na prática docente.

Patrícia Nunes de Paula

RESUMO
O presente estudo pretende abordar a necessidade de uma efetiva prática reflexiva por parte dos docentes quando do processo pedagógico, a fim de que a Educação se dê em sua forma emancipatória. E, nesta perspectiva, considerando que para uma postura reflexiva faz-se necessário apoderar-se de seu tempo histórico, o docente deve apropriar-se das Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC´s para atender a demanda de alunos que se encontram cada vez mais conectados.

Palavras-chave: Docência reflexiva, tecnologias de informação e comunicação, prática emancipatória.

1- INTRODUÇÃO
No decorrer da história da educação, neste século, a questão da “prática docente” sofreu uma evolução, saindo da visão tradicional, que se apoiava exclusivamente na experiência prática dos professores para uma visão que prioriza a importância da prática reflexiva.
Na visão tradicional da prática educativa, o conhecimento profissional do professor nascia subordinado aos interesses sócio-econômicos da época, carregado da ideologia das classes dominantes, fazendo da prática docente um exercício da manutenção e transmissão do status quo.
Na Educação, em sua dimensão mediadora, a atividade docente é vista como carregada de saberes específicos que devem ser mobilizados, utilizados e produzidos pelos docentes em suas tarefas cotidianas, numa perspectiva reflexiva sobre sua prática, possibilitando a mediação entre o educando e suas descobertas e intervenções sobre a sua realidade.
O reconhecimento da necessidade de exercer as atividades educativas dentro da realidade em que se insere, e, estando a sociedade cada vez mais tecnológica, faz-se necessário a conscientização da necessidade de incluir nos currículos escolares as habilidades e competências para lidar com as novas tecnologias. Nessa sociedade do conhecimento, a educação exige uma abordagem diferente, as novas tecnologias e o aumento exponencial da informação levam a uma nova organização de trabalho, em que se faz necessário: a imprescindível especialização dos saberes; a colaboração transdisciplinar e interdisciplinar; o fácil acesso à informação e a consideração do conhecimento como um valor precioso, de utilidade na vida econômica.
Sob este aspecto, pretende o presente estudo, abordar a necessidade da absorção e utilização das TIC´s pelo professor em sua prática docente, a fim de possibilitar uma educação emancipatória, dentro de uma perspectiva reflexiva.

 2- DESENVOLVIMENTO
Assim como as demais profissões da atualidade, também a atividade docente deve se caracterizar por ações práticas realizadas de forma eficaz e pelo domínio de suas regras e saberes. Em Educação, entretanto, estas regras não podem ser fixas, sendo necessário um permanente processo de reflexão dos docentes diante de suas ações, visto que o processo educacional para emancipar deve ser dinâmico e dialético.
A docência e sua prática esta associada a várias funções desempenhadas em sala de aula e no ambiente escolar, que vão desde o atendimento individual a cada aluno, preparação das aulas, realização de avaliações, organização do tempo escolar, elaboração de trabalhos coletivos com outros colegas até o relacionamento no espaço de sala de aula, diálogos com os educandos e com a comunidade escolar.
Ou seja, a prática docente não se restringe às técnicas e filosofias de trabalho, mas extrapola para o difícil campo dos relacionamentos interpessoais, numa constante troca de experiências, onde aprender e ensinar possui uma tênue linha, onde o processo é dinâmico e dialético.  A prática docente sofre influências de variáveis como contextos históricos, políticos, econômicos, sociais, culturais e que interferem na sua atuação, desta forma, em sua trajetória profissional, os docentes acumulam saberes e produzem novos saberes, ou seja, “as estratégias de ensino que empregam em sala de aula encarnam teorias práticas sobre o modo de entender os valores educacionais” (ZEICHNER, 1993, P.21).
A prática docente é, portanto, resultado de uma ou outra teoria, seja reconhecida ou não, devendo, entretanto, o docente conceber uma prática mais reflexiva, através de uma análise crítica e aberta às discussões, ampliando seus saberes na e da profissão.
A universidade, sendo uma local de pesquisa por excelência, deve questionar sua responsabilidade em desenvolver competências profissionais capazes de formar professores para a prática reflexiva.  Perrenoud (in PAQUAY, 1999) afirma que a universidade não pode só pelo fato de ela iniciar o futuro profissional nas pesquisas, pretender formar profissionais reflexivos. Caso venha a fazê-lo, deve desenvolver em seus cursos e disciplinas dispositivos específicos, tais como: análise de práticas, estudo de casos, técnicas de auto-observação e de esclarecimento, treinamento para o trabalho sobre o próprio habitus e sobre seu inconsciente profissional.
Dentro desta perspectiva, o professor precisa saber orientar os educandos sobre onde colher informação, como tratá-la e como utilizá-la. Esse educador será o encaminhador da autopromoção e o conselheiro da aprendizagem dos alunos, ora estimulando o trabalho individual, ora apoiando o trabalho de grupos reunidos por área de interesses.
A qualidade da educação, geralmente centradas nas inovações curriculares e didáticas, não pode se colocar à margem dos recursos disponíveis para levar adiante as reformas e inovações em matéria educativa, nem das formas de gestão que possibilitam sua implantação. A incorporação das novas tecnologias é um elemento que pode contribuir para uma maior vinculação entre os contextos de ensino e as culturas que se desenvolvem fora do âmbito escolar, possibilitando, desta forma, uma educação efetivamente emancipatória.
Perrenoud (1999) admite que a prática reflexiva deva estar aliada à participação crítica e à profissionalização docente. Para ele, estas são orientações prioritárias para a formação docente, pois “vão além do “saber fazer” profissional de base, mas supõem sua aquisição prévia “(p.8), isto é, exigem “competências”. Perrenoud é incisivo ao afirmar que esse paradigma “profissionalização, prática reflexiva e participação crítica não corresponde nem à identidade ou ideal da maioria dos professores em função, nem ao projeto ou à vocação da maioria daqueles que se dirigem para o ensino” (p.8). Diante desta colocação, sugere basear a prática reflexiva sobre “dez competências profissionais:
1- Organizar e animar situações de aprendizagem;
2- Gerir o progresso das aprendizagens;
3- Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4- Envolver os alunos nas suas aprendizagens e no seu trabalho;
5- Trabalhar em equipe;
6- Participar da gestão da escola;
7- Informar e envolver a comunidade escolar;
8- Servir-se de novas tecnologias;
9 – Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão;
10- Gerir sua própria formação continua “(PERRENOUD, 1999, P.8) – grifo nosso

Assim, a prática reflexiva e a participação crítica são fios condutores do conjunto de formação, das atitudes que deveriam ser adotadas, visadas e desenvolvidas pelo conjunto dos formadores e das unidades de formação, segundo diversas modalidades” (p.10). E , uma das competências elencadas como necessárias à uma efetiva prática docente reflexiva está o uso de novas tecnologias , assim, a prática docente enfrenta o desafio não apenas de incorporar as novas tecnologias , mas também reconhecer e partir das concepções que os discentes têm sobre estas tecnologias para elaborar, desenvolver e avaliar práticas pedagógicas que promovam o desenvolvimento de uma disposição reflexiva sobre os conhecimentos e os usos tecnológicos.
 3- CONCLUSÃO
A sociedade atual passa por profundas mudanças caracterizadas por uma profunda valorização da informação. Na chamada Sociedade da Informação, processos de aquisição do conhecimento assumem um papel de destaque e passam a exigir um profissional crítico, criativo, com capacidade de pensar, de aprender a aprender, de trabalhar em grupo e de se conhecer como indivíduo.
Dentro desta nova ótica global, faz-se necessário para que a Educação se dê em sua dimensão emancipatória, que ela se redefina em suas funções, forma de organização e valores , a fim de que enfrente os desafios que as transformações tecnológicas exigem , dando condições aos educandos de se apropriarem dessa nova realidade em que se inserem.
Assim, ensina DOWBOR (in Tecnologias do Conhecimento, 2005):

 “Juntando as duas grandes transformações, do universo do conhecimento e das ferramentas de trabalho, fica bastante óbvio que uma área como a educação tem de repensar os seus paradigmas. Não se trata de um pouco de cosmética, trata-se de uma reforma em profundidade. (...) Na medida em que o conhecimento se torna gradualmente a matéria-prima privilegiada de todas as áreas de atividade, e que surgem novos espaços como a formação nas empresas, televisões, Internet e outros, crescem o papel da área especializada em conhecimentos que é a educação, como possível articuladora dos diversos subsistemas. O que não é mais possível é ver a educação como universo isolado, ou ver a educação sem compreender as suas complementaridades com outros espaços do conhecimento” (p.78) – grifo nosso

O maior desafio para que a Educação se dê de forma emancipatória dos sujeitos do processo é que a prática docente se realize de forma reflexiva, num contexto histórico, dinâmico e dialético que não pode ser desprezado, apropriando-se das novas tecnologias de informação e conhecimento (TIC´s) como instrumentos essenciais ao processo educativo dentro da nova Sociedade de Informação, onde educação e informação são as novas formas de poder.
Cabe a educação formar esse profissional e para isso, esta não se sustenta apenas na instrução que o professor passa ao aluno, mas na construção do conhecimento pelo aluno e no desenvolvimento de novas competências, como: capacidade de inovar, criar o novo a partir do conhecido, adaptabilidade ao novo, criatividade, autonomia e comunicação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOWBOR, Ladislau. Tecnologias do Conhecimento. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia:saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PERRENOULD, P. Formando professores em contextos sociais em mudança: prática reflexiva e participação crítica. Revista Brasileira de Educação, n.12, set/dez.1999.
ZEICHNER, K. A formação reflexiva de professores: idéias e práticas. Lisboa: EDUCA/Professores,1993.


terça-feira, 31 de julho de 2012

Apenas passos...

Passos largos,
passos rápidos,
passadas, topadas .

Passos.
Passado.
Pássaros.

Movimentos inertes,
corridas sem chegadas.

Desvario ,
insensatez.
Retorno ,
lucidez.

Cabelos ao vento ,
alma em desalento.

Semblante sereno,
turbilhão em mente.
Sentimentos.
Ressentimentos.
Culpa.
Perdão.

Passos apressados.
Coração descompensado.
Ir sem destino ,
voltar sem motivo .

Cada passo por si mesmo.
Caminhar para se por em dinâmica.
Não estagnar por medo ,
medo de não mais retornar.

(Por Patricia Nunes de Paula - 31/07/2012)





sexta-feira, 27 de abril de 2012

Filhos de Deus, filhos meus

Dádiva de Deus
esses filhos meus.
Filhos que no ventre gerei,
filhos que pelo mundo ganhei.

Dádiva de Deus
esses filhos meus.
Filhos de todos os sexos,
de todas as idades ,
de todas as cores.

Esses filhos que não são só meus,
que são filhos de Deus .
Esses pequeninos que pelas mãos segurei,
que pela estrada guiei,
Esses filhos meus .

Inocentes,
Inconsequentes,
Inquietos,
De todos os jeitos
e trejeitos.

São filhos aguardados,
são filhos inesperados.
São vidas que não me pertencem ,
são vidas da vida em si mesma.
São histórias que se escrevem ,
são rios que escolhem o seu trajeto.

Esses filhos que não são meus ,
mas, sim ,Filhos de Deus
dão rumo ao meu caminhar,
sentido ao olhar.

São filhos que me fazem acreditar.
Que a  vida se renova ,
se inova .
Que a vida é dádiva que deve ser agradecida .

Por Patricia Nunes de Paula - 27/04/2012

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Na estrada da fibromialgia ...

As dores que sinto ,
dificil explicar ,
são dores da alma
que teima em falar.

Sinto amores,
sinto temores,
sinto dores.

A alma ,pequena,
incapaz de suportar
tamanhos sentimentos,
sensações ,
pensamentos...
transborda para o corpo
que ,hoje, a abriga ,
transformando as sensações,
até então amigas ,
em dores que percorrem meu corpo ,
causando desconforto,
transformando ,
mudando,
incomodando,
forçando...

Forçando?
Sim , as dores que hoje eu sinto ,
servem de abrigo amigo
para alma florescer .

Porque a dor não é cárcere.
A dor não é castigo .
A dor é a motivação para forçar minha transformação.

A cada levantar ,
que antes era autonomo ,
hoje é esforço que ensina - me valorizar.

Valorizar tudo o que antes era desapercebido.
O pássaro que canta esbaforido.
A brisa que sopra tranquila .
O tempo que antes era corrido .

Hoje , ao arrastar dos passos cansados e doídos ,
valorizo cada centímetro percorrido .
As dores, o desconforto , a mudança.

Todo esse rebuliço ,
que colocou minhas certezas em redemoinhos ,
serviu-me de lição .

Se pelo amor não modifiquei minha visão .
Pela dor resgatarei minha perfeição.
Agradeço a Deus a oportunidade
de parar com aquela insanidade
da corrida pelo superfulo, pelo material.

Hoje , sigo confiante,
aproveitantando cada instante ,
procurando semear no caminho por onde passo ,
com amor e resignação,
sementes da minha evolução .

Sigo lenta ,
mas sigo firme .
Confiante e tranquila ,
porque sei que não sigo sozinha.

Por Patricia Nunes de Paula - 25/04/2012.  

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Química da Vida

Da união de duas moléculas de puro hirdogênio
com apenas uma de oxigênio,
nasce mais que água,
nascem sonhos...

Sonhos que envolvem,
que alimentam o embrião
no utero materno.

Sonhos que são setenta porcento de nós mesmos.
Sonhos sem os quais não sobreviveremos...

Água...
Sonhos...
Vida.

São os sonhos que desaguam
em lágrimas,
que rolam pela vida.

Lágrimas de dor.
Lágrimas de alegria.
Lágrimas de acordamento.
Lágrimas de amor.

Lágrimas...
Água...
Sonhos.

O hidrogênio.
O oxigênio.
A água.
A vida.

...tudo são sonhos
que nos fazem mais que deuses...
nos fazem humanos.

(Por Patricia Nunes de Paula - 18/12/2011)